Município tem prazo de 1 ano para abrir licitação para instalação dos equipamentos
O desperdício de água e a falta de hidrômetros instalados nas casas de Macaubal
chamou atenção do Ministério Público, que entrou com um TAC – Termo de Ajuste de Conduta para resolver a
situação.
Atualmente a prefeitura, responsável pela SAEMA – Serviço de Água e Esgoto de Macaubal, cobra uma taxa de apenas
R$ 8,00 e mesmo quem não paga não tem o abastecimento interrompido pela falta de hidrômetro. Não foi difícil
encontrar alguém utilizando a água para lavar. “Temos poço artesiano e lavamos o pátio do posto de 15 em 15
dias, tem vezes que demora mais dias. Antes de lavar, varremos. Tentamos ao máximo evitar o desperdício. Aqui
temos hidrômetro instalado, mas a taxa é a mesma, pois gastamos o mínimo. Agora sei de pessoas no município que
não pagam e gastam muita água”, diz Marina Hora, proprietária de um posto de combustíveis da cidade.
Para outro morador, que também tem hidrômetro instalado, a regularização evitaria o desperdício. “Regularizando
a situação e cobrando um preço justo ajudaria a conter o desperdício, mas também é necessário fiscalizar”,
acredita Valdemir Fernandes Lisboa, o popular Purguinha.
Por causa da crise hídrica, o MP quer que a tarifa seja proporcional ao consumo para que o morador pense mais
antes de deixar a torneira aberta e com isso, diminuir o desperdício.
O acordo prevê que a prefeitura instale dois mil hidrômetros na cidade e regularize a cobrança. “É preciso que
haja um controle efetivo, de consumo, de gasto para que outras pessoas não venham a sofrer com essa falta”,
afirma o promotor de Justiça que trabalha no caso, Sérgio Clementino.
O prefeito Dorivaldo Botelho, o Kiko, sabe da situação e diz que esperava uma emenda parlamentar para
regularizar. “Recebemos o TAC nesta segunda-feira, 16, e vamos ter de tomar uma medida. Tínhamos duas emendas de
2014 do Deputado Carlão Pignatari, uma no valor de R$ 150 mil que seria utilizado para regularização da situação
e instalação de dois mil hidrômetros e outra de R$ 100 mil para a Santa Casa. Com a crise e cortes de repasse
nos foi enviado um ofício em janeiro desse ano cancelando a emenda para os hidrômetros e priorizando a Santa
Casa”, explica.
Kiko vai tentar outra alternativa. “Mais provável que seja um financiamento. O desperdício de água no município
é de 68%, pois tem gente que lava a casa três vezes por dia. Muitos não pagam e não podemos interromper o
abastecimento. Agora esse é um problema que vem de outras administrações e eu estou pagando caro por isso. O que
posso dizer é que vamos resolver o mais rápido possível e depois vamos fazer um levantamento do valor mínimo de
R$ 8,00 e cobrar um valor justo de acordo com os gastos”, finaliza.
O MP deu o prazo de 1 ano para o município abrir licitação para instalação dos equipamentos.